A primavera sempre chega.

Tão frágil quanto uma pétala de uma flor eu me sinto. Aquele Sol que iluminava e me dava energia foi roubado de mim, fazendo com que eu só sentisse a brisa gelada de uma noite sem cor. Nunca mais fiz parte da primavera; agora eu pertencia aos dias secos de outono, tal estação que insistia em secar também meu coração. Ninguém mais me apreciava, não queriam mais sentir o cheiro suave do meu perfume. Assim, aos poucos fui perdendo a cor... Os dias passavam e o inverno cada vez era mais gelado, tornando-me fria. Até o dia em que pude sentir a leve sensação de calor novamente me tocar. A luz voltava para a minha vida, trazendo de volta também motivos para eu estar sempre em estado de alegria. Naquela tarde colorida, eu finalmente descobri que eu posso viver uma vida inteira sem flores, mas que isso não significava nada diante de uma única primavera florida.

inspiração: em um dos contos do livro Mulheres de Aço e de Flores (Padre Fábio de Melo)