A última luz do dia

Nada para fazer. Naquele dia a programação da tv não me interessava. Fui abrir a porta da geladeira pra procurar algo para comer e nada me agradou. Nas redes sociais o de sempre, fotos e depoimentos da vida feliz que todos diziam ter. Eu sabia que não era verdade, que ninguém tem uma vida 100% o tempo todo, afinal, eu também as vezes fingo que estou bem, quando na verdade não estou.

E sozinha naquela casa tão grande, era possível ouvir o barulho dos carros que passavam na rua. No meio daquele tédio todo, abri a janela ocasionalmente. E entre arranhas céus e pessoas que andavam apressadas no fim do expediente, foi possível se ver uma cor diferente. Uma explosão de cores fortes entre expressões tão frias. Não era atoa que aquela era minha hora preferida do dia, tal momento em que o Sol se despedia ao longo do horizonte. Laranja, vermelho, amarelo e roxo, cores que se misturavam e formavam uma perfeita obra de arte. Logo, meu coração desanimado se encheu de tanta luz.



E naquela hora me esqueci de tudo que tinha acontecido comigo aquele dia. Entre uma batida no canto do sofá com o dedinho e as lágrimas pretas borradas de rímel porque perdi um amor, acabei tornando-me cinza num dia azul. Porém no crepúsculo me reencontrei, pois toda aquela dança de luzes me fez lembrar que no final das contas tudo fica bem..

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