Ladrão de almas. part 5

Tempo de escuridão.
De certa forma, o escuro não lhe causara medo. Meg se lembrava com clareza de todas as imagens, de sua mãe sendo sufocada, daquele homem, daquele beco... Também se lembrava de todas as sensações; da fúria, do medo, da dor que a bala que atravessou seu peito a fez sentir, do fogo queimando todo seu corpo, e por fim, do frio calmante que ela não pode ver de onde tinha vindo. Aquele toque que a tinha feito sentir menos dor, aquela voz que foi como música nos seus ouvidos... Mas as lágrimas e o medo a impediram de enxergar quem era aquele homem (ela sabia que era homem, a voz e o toque firme não negavam esse fato), e ela apenas pode ver a luz que o envolvia, como se ele estivesse cercado por uma aura. 'Que bobeira achar isso', pensou Meg.
Mas aquelas lembranças não lhe causavam nenhum efeito, nenhuma emoção, é como se tudo aquilo que tinha acontecido não fizesse sentido naquele momento. O escuro fazia com que ela se sentisse melhor. Meg não sabia onde estava, e muito menos tinha noção do tempo que se passara. Mas isso não importava para ela. Talvez ela estivesse morta, e dai? Ela se sentiu tão bem naquele escuridão. Era apenas Meg e sua mente em uma conexão que impedia que qualquer coisa a atormentasse. Ela estava tão bem...
Meg não tinha noção de quanto tempo tinha se passado, um segundo naquele escuro podia ser uma eternidade na verdade. Ela que não sentia nada além daquela calma perfeita, começou a sentir tantos calafrios. Tremores que inundavam seu corpo, como se ela estivesse recebendo um choque elétrico. Começou também a ouvir zunidos, pareciam ser vozes, era difícil de decifrar, ela não identificava o que estava sendo dito e muito menos a que pessoas pertenciam aquelas vozes. Meg ainda estava no escuro, mas parecia que ele ficava cada vez mais distante. E em um milésimo de segundo, o escuro sumiu. Todas aquelas lembranças vieram a tona de uma só vez em sua cabeça, ela sentiu dor. Meg sentiu algo sair de seus olhos e deslizar por suas bochechas. O cheiro da lágrima veio forte, junto também com todo ar que a cercava, aquilo fez suas narinas arderem. O som das vozes agora entrava forte pelos seus ouvidos. Meg aos poucos foi abrindo os olhos, de primeiro viu tudo branco, mas logo foi ficando mais nítido. Ela pode ver um homem com cabelos grisalhos, ele estava vestido como um médico. Meg olhou ao seu redor, parecia estar em um quarto de hospital. No pé da cama, ela pode ver seu irmão, e logo atrás dele um rapaz alto e muito bonito, mas ela não sabia quem era. Meg sentiu uma pequena ponta de felicidade ao ver Max, seu irmão que ela tanto amava; ele estava com o sorriso mais lindo de felicidade, mas o olhar transmitia preocupação. Meg foi interrompida pela voz do médico, que com uma voz grave disse:
'Finalmente você despertou!'
Meg parou. Com um sussurro foi apenas capaz de dizer: 'Hã?'
Então Max com certa cautela disse: 'Meg, você esteve em coma por 6 meses.'

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