Enquanto você dorme

Duas horas da manhã. Eu ainda não tinha conseguido pregar os olhos. Acendi a luz da luminária, ainda bem que você não acordou. Deitados naquela cama de solteiro, onde se disputa qualquer espaço e se faz de tudo para não encostar na parede fria, você dormia. E eu aqui, sem pregar os olhos...


Contar carneirinhos não aliviaria minha cabeça. Te observei. Queria dormir calmamente como você. Continuei a te olhar, e por um longo tempo fiquei assim. Apesar de eu ser louca de amores por você, fazia tempo que eu não lhe enxergava. É clichê, eu sei, mas é a verdade, a correria do dia a dia me impedia de valorizar momentos simples como esses. Mas alí, deitado do meu lado, você estava na sua forma mais frágil. Naquele momento, vi que você também tinha defeitos e medos, apesar de sempre ser reservado. Quis te abraçar, te proteger de qualquer mal que um dia você fosse sofrer. Me contive, queria te observar ainda. Sua respiração lenta, o subir e descer do seu peitoral. Tranquilidade. Uma vontade louca de me aninhar no seu peito e me envenenar com seu cheiro.

Enquanto você dorme, eu encosto a cabeça do seu lado. Apago a luz, fecho os olhos. Ainda sinto seu cheiro, ainda te vejo. Não resisto, entrelaço meus dedos nos cachos do seus cabelos. Você resmunga, vira para mim e diz: "Amor?". Me aproximo mais naqueles poucos centímetros que restam entre nós, e baixinho te peço: "Me abraça, me faz dormir"

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